O Programa de Bolsas de Estudo "Okutanga" é uma iniciativa da ANPG e conta com o patrocínio das petrolíferas Chevron e ExxonMobil. As candidaturas públicas e as provas foram realizadas em plataforma digital, terminando com uma entrevista psicotécnica.
No final, 200 jovens nacionais ganharam bolsas de estudo para licenciatura (150 no país e 50 no estrangeiro), enquanto outros cinco vão frequentar cursos de mestrados no estrangeiro. A cerimónia de apresentação dos contemplados e assinatura dos contratos aconteceu esta segunda-feira, 7, em Luanda. Províncias como Luanda, Huambo, Huíla, Bengo, Benguela e Malanje destacam-se entre os agraciados.
O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás testemunhou o acto e disse tratar-se de mais uma iniciativa que contribui para formar e capacitar jovens, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027.
“Entre 2018 e 2024, o MIREMPET, em parceria com os seus órgãos tutelados, empresas privadas e associações profissionais do Sector, tem promovido um esforço notável de capacitação, com acções em todos os níveis, desde a formação técnico-profissional ao ensino médio, superior, pós-graduação e, especialmente, o fomento do espírito empreendedor dos jovens angolanos”, destacou Diamantino Azevedo.
O governante apelou aos jovens para que se emprenhem e aproveitem a oportunidade concedida. “Olhem à vossa volta. O que está a acontecer hoje é a prova de que Angola acredita em vocês. Este país precisa da vossa criatividade, da vossa garra, da vossa vontade de mudar tudo. Este é o tempo de sermos ambiciosos. De sabermos programar, explorar, criar, liderar. Este é o vosso tempo”, ressaltou.
Convidado ao acto, o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, afirmou que este tipo de contribuição é fundamental para o fortalecimento do subsistema de ensino superior a nível nacional, promovendo a inclusão, a redução das desigualdades e o desenvolvimento empresarial.
“Acreditamos que a presença destes estudantes nas nossas universidades irá fortalecer significativamente a coesão social e contribuir para a harmonia do país”, enfatizou Albano Ferreira, acrescentando que a formação de jovens, com acesso à tecnologia e ao conhecimento, permitirá que utilizem os recursos disponíveis para transformar a realidade nacional de forma sustentável e inovadora.
“O que se espera destes estudantes é que se apliquem com dedicação, que sejam proactivos, comprometidos com o bem comum e que se coloquem ao serviço da comunidade, das instituições e do nosso país”, esclareceu.
O PCA da ANPG considerou o momento como histórico e simbólico para a Agência, já que esta "reforça o seu compromisso com a juventude angolana e com o desenvolvimento do capital humano no país". Paulino Jerónimo acrescentou que o lançamento do Programa é fruto de um processo rigoroso e transparente, reflectido no entusiasmo e mérito dos jovens selecionados. “É com orgulho que, ao olharmos para cada um dos jovens aqui presentes, reconhecemos o esforço, o potencial e a esperança de um futuro melhor. Esta iniciativa nasce como uma resposta concreta ao compromisso assumido pela ANPG no âmbito da sua política de responsabilidade social", disse.
O financiamento do programa é assegurado pelos fundos sociais provenientes dos contratos de partilha de produção, nomeadamente dos Blocos 30, 44 e 45, operados pela ExxonMobil, e dos Blocos 49 e 50, operados pela Chevron.
“Estes contratos foram estruturados de forma a garantir que parte dos seus benefícios fosse canalizada para projectos sociais sustentáveis, como o Programa Okutanga. Trata-se de um investimento directo no conhecimento, na capacitação e na formação de quadros que amanhã poderão liderar diversos sectores da nossa economia", explicou.
De acordo com o PCA, a ANPG compromete-se em continuar a trabalhar com os seus parceiros, operadores e instituições académicas para garantir a continuidade e expansão do programa, assegurando apoio multidisciplinar aos bolseiros.
Cleide de Brito, uma das selecionadas, avançou que o desejo de estudar fora de Angola surgiu como uma verdadeira vocação. "As oportunidades que vêm com os estudos fora do país são enormes: desde o fortalecimento da minha imagem pessoal e académica até a possibilidade de trabalhar com laboratórios mais bem equipados e programas de investigação mais actualizados", afirmou.